As delícias artesanais preparadas pelo grupo Meninas de Pedrinhas com receitas afetivas das famílias caiçaras fazem sucesso nas tardes de terças, em Pedrinhas. Na mesa caprichada preparada no pergolado tendo ao fundo o Mar Pequeno, estão bolos de roda, milho, canela, fubá, tortas salgadas e pães caseiros. Nas duas últimas terças, em questão de uma hora, as vendas chegaram a 100%, tal o sucesso do Café Caiçara, realização do Fundo Social de Solidariedade (FSS) da Ilha.

Da cidade de São Manuel (SP), o casal Gessi Furlan e Vanderlei José Furlan almoçou em Pedrinhas e aguardou até às 15h para prestigiar o Café Caiçara. “É uma iniciativa maravilhosa. Vimos na internet e viemos. O lugar é muito bonito. Vale a pena”, elogiou Vanderlei. Também Gessi disse ser um prazer saborear as delícias caiçaras na beira do Mar Pequeno. De Lençóis Paulista Adolfo Moreira, proprietário de imóvel na Ilha, parabenizou a cidade pela iniciativa: “São produtos de qualidade, tudo bem organizado, muito importante para o município”, disse.

A presidente do Fundo Social de Solidariedade, Juliana Peitl, destacou a importância do Café para a valorização da rica cultura caiçara e a geração de renda. Uma das organizadoras, Darci Pupo, explicou que o grupo é formado por quinze mulheres que preparam as guloseimas, apresentam a produção aos visitantes e têm renda 100% revertidas para elas. “São, na maioria, mulheres de pescadores que preparam pratos caiçaras que elas consumiam na infância. É culinária afetiva”, afirmou. No Café, também há a sintonia com o meio ambiente, uma vez que não há uso de descartáveis e há o destaque para a comunidade, que abraça a iniciativa. Os moradores prestigiam o Café e levam suas embalagens de casa.

Nascida no Sítio Arthur, na Ilha, Creonice Pontes Ramos – pescadora profissional aposentada- , afirmou que a vida caiçara lhe oferece tudo o que precisa: “Não quero outra vida. A gente planta, pesca e vive em contato com a natureza. Com o Café Caiçara, a gente tem maior contato com os turistas, tem uma renda extra, tudo muito bom”. Autora do bolo de roda, uma das atrações do Café, Teresinha da Silva Lima, acha engraçado o bolo ser comentado na internet. “Tem gosto caiçara e está na internet”, brincou.

Ao preparar o bolo de chocolate, Elizabeth Carneiro Ribeiro contou que lhe vem à sua mente as tardes em família, onde todos se reuniam em torno do café: “Uma parte de minha infância mais bonita era o café caiçara. Eu morava em Iguape e o café era na beira do rio Ribeira. Hoje, a gente traz esses momentos para o Mar Pequeno. É um privilégio, a gente interage com as pessoas, relembra bons momentos e está junto ao mar”.

Realização do Fundo Social de Solidariedade (FSS), o Café Caiçara conta com o apoio do grupo Meninas do Ateliê de Pedrinhas. Acontece todas as terças-feiras, às 15h, no pergolado em pedrinhas, em frente ao Mar Pequeno.